Buquê de Flores-Parte 8

Espantada, Bia não sabia o que dizer. Uma conversa séria. Com sua mãe. Será que ela havia feito algo errado?
-Beatriz-diz a mãe-olha, vamos nos mudar de novo. É para uma cidade! Cheia de prédios, shoppings e tudo mais!
-E as árvores?-Pergunta Bia, com esperança.
A mãe vê a cara de Bia. Como ela não poderia mentir, ela teve que falar a verdade:
-Árvores? Não há árvores. Só cidade. Acho que lá nem sabem o que significa flor.

Bia sentiu um aperto no peito. Não. Se mudar de novo não! Então, Bia sentiu uma vontade de correr. Parecia que havia um imã. Além disso, ela queria sair dali. Ela começou a correr, correr, correr...
Então, correu até o outro lado da cidade. Ela havia fugido de seus pais, ia voltar, mas se perdeu. Seus pais não iam encontrá-la, pois a cidade era gigante. Mas ela não queria parar de correr. Até que...
-Ei, você, menina! O que está fazendo aí?-Pergunta um menino cheio de novas tecnologias. Atrás dele vinha várias meninas e meninos. Talvez ele fosse o líder. Ou a pessoa mais popular da escola. Todo mundo paparicava ele.-Saiam daqui seus imbecis! Não estão vendo que eu quero conversar com esta garota?
As pessoas foram embora. Tristes, mas foram. Bia então responde:
-E-eu n-n-n-não se-sei.-Gaguejou. Tentou voltar a sua postura normal.-Eu venho do campo, mas um dia meus pais inventaram de me trazer para cá e...
-Espere, venha comigo-Disse o menino. Eles foram se embretando pelo meio dos prédios, passaram algumas árvores e chegaram em um lugar que não havia ninguém-Esse é meu esconderijo. Aqui tem várias tecnologias, coisas legais, mas acho que você não se interessa. Conte sua história!
Bia contou tudo. Contou dos esquilos, das flores, do banho de lagoa, dos passarinhos. Contou dos livros que lia, da paz que sentia. Contou da tristeza, e do choque ao chegar na cidade. Contou que descobriu que ela não era a única Loodus Blodyn que existiu. Contou de tudo, tudo mesmo.
-E agora você está aqui por que do nada sentiu uma vontade incontrolável de chegar até esse local?-Pergunta o garoto-E acabou se perdendo também?
-Exatamente-diz Beatriz.
-E você acreditaria se eu te falasse que...